terça-feira, 6 de março de 2018

1 ano depois

1 ano depois da apresentação, volto a escrever.
Será que consigo transformar esse blog em diário de escrita curativa?
Mil coisas passam na minha cabeça agora. Estou em profundo processo de conhecimento. Mil coisas passam na minha cabeça... afazeres, devaneios, processos.
Me sinto muito perdida e ao mesmo tempo sobrecarregada.
Tenho uma lista de mil cursos, workshops, emails, vídeos e livros que gostaria de ler para mergulhar mais a fundo nesse meu processo de autoconhecimento.
Será que vou demorar mais 1 ano para escrever mais algumas linhas?





sábado, 11 de março de 2017

Só obrigada!

Olá!

Não sei exatamente quando você estará lendo este texto. Escrevo em uma época em que há uma resposta-padrão de brincadeira chamada Não sou obrigada. Espero que isso não cause nenhuma confusão e os desatentos entendam Sou obrigada.

Por aqui é Só obrigada mesmo! E por quê? A motivação em me redescobrir na escrita (muitos futuros posts sobre isso) veio de uma conversa trivial numa consulta com a fono da Gabi (você também vai ouvir falar muito dela).

Mas voltando ao assunto, estava conversando sobre um livro infantil com a fono e meu filho interrompeu: - Minha mãe já escreveu um livro, sabia?
Sou daquelas que se alguém elogia a roupa, tenho resposta pronta: Promoção. Se é o cabelo: Sujeira. Enfim, não sei lidar com elogios. Rs. E assim que Miguel (você tb vai ter overdose de parágrafos com esse nome) falou que já escrevi livros rebati: - Mas não são de ficção! Como se isso fosse tornar meus escritos maiores ou menores. Eita mecanismo de defesa tolo esse meu!

Fiquei me perguntando o quanto a gente perde um pouco da gente no caminho da vida. Quando criança, eu gostava de fazer poesia. Mais tarde, contos. Na faculdade e Mestrado, nada me dava mais prazer do que transformar as leituras, as muitas xícaras de café e minha lente do mundo em artigos.

Nesse mesmo dia cheguei em casa e encontrei uma mensagem da minha mãe: - Filha, li o texto que escreveu essa semana e chorei de novo. Acho que você deveria voltar a escrever."

O texto tinha sido uma publicação com a foto da minha bebê em seu primeiro 8 de março. Havia escrito assim:
"Minha filha, esse é o seu primeiro 08/03. Mamãe recebeu vários textos lindos, mas não repassou nenhum. Não é que eu não considere a data importante. Mas eu comemoro esse dia quando ensino ao seu irmão que ele não deve te vigiar ou quando ele canta "com quem será" e diz  "vai depender se ela mesma vai querer". Eu comemoro esse dua aproveitando as oportunidades pra estudar e fazer minhas escolhas considerando também os meus desejos (embora depois que se tenha filhos, tem que rolar certo policiamento para que o desejo pessoal siga em primeiro plano às vezes). Eu comemoro quando vejo o brilho no seu olhar de curiosidade e prometo incentivá-lo todos os dias. Quando converso com alguém para explicar que mulheres de burca também são estupradas e isso significa que a de saia curta não pediu!
Eu pretendo fazer minha parte para que todos os dias a gente possa celebrar o dia 08/03."

Publiquei meus devaneios no facebook e recebi incentivo para escrever. Pensei: por que não posso aceitar elogios de bom grado e responder apenas Obrigada? Sem justificativas. Sem obrigada, mas essa roupa foi uma pechincha.

Só obrigada.